segunda-feira, 14 de novembro de 2011

crepúsculo

a persiana está pela metade da janela
tal qual as pálpebras melancólicas de meus olhos.
ainda não é noite
não é ainda dia.
é frio
mas é verão.
estou desacompanhado
mas não estou sozinho.
tenho um encontro
com um amigo
para mais horas depois,
22h,
mas não é para depois
que preciso
é agora.
tenho um plano para dezembro
mas ainda não planejei o amanhã.
sinto o gosto difuso das salivas
contornando o céu da boca,
rebatendo no estomago
e indo cansar as pernas.
(os dedos não digitam,
suicidam-se)
espio pela janela.
uma rajada de vento frio
acaricia meu braço desnudo.
o primeiro poste acendeu,
sua luz amarela
iluminando de outono
a copa de uma arvore.
cara de passado.
cada segundo é uma lagrima.
cada minuto é de tristeza.
não vejo depressão.
vejo solidão.
silêncio.
a noite vem chegando...


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