sábado, 19 de novembro de 2011

...

Em um corredor de paredes brancas
deixei rabiscos a carvão descrevendo
breves instantes da nossa poesia.
Minhas mãos nas tuas.
Pablo Neruda.
Uma folha de outono desprendida
indo suavemente de encontro
á morte.
Num canto de página,
num pé de folha,
uma outra versão sobre
os versos incompletos.
Tuas mãos sem minhas mãos.
Ponto.
Um inacabado fim.
O fim...
FIM


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Silenciosamente

O silêncio é meu documento interno,

Meu atestado próprio de realidade.

É nele que me escondo

Expondo o que há de mais

Intimo em mim.

No silencio é que penso

O que sou

E sou o que pensam.

Reflito sobre minhas duvidas

Numa pergunta quase que imediata,

Porém, um tanto incrédula.

Aparento coerência

Quando transbordo de

Impulsividade.

É no silencio que te tenho

E te perco,

Numa constante crueldade.

Prefiro silencio

Á palavras a esmo,

Perdidas numa comunicação falha,

Fálica, retrógrada.

Mesmo diante desta poesia,

Prefiro o silêncio...

crepúsculo

a persiana está pela metade da janela
tal qual as pálpebras melancólicas de meus olhos.
ainda não é noite
não é ainda dia.
é frio
mas é verão.
estou desacompanhado
mas não estou sozinho.
tenho um encontro
com um amigo
para mais horas depois,
22h,
mas não é para depois
que preciso
é agora.
tenho um plano para dezembro
mas ainda não planejei o amanhã.
sinto o gosto difuso das salivas
contornando o céu da boca,
rebatendo no estomago
e indo cansar as pernas.
(os dedos não digitam,
suicidam-se)
espio pela janela.
uma rajada de vento frio
acaricia meu braço desnudo.
o primeiro poste acendeu,
sua luz amarela
iluminando de outono
a copa de uma arvore.
cara de passado.
cada segundo é uma lagrima.
cada minuto é de tristeza.
não vejo depressão.
vejo solidão.
silêncio.
a noite vem chegando...


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

cabalistico

gerberas hemorrágicas.

Vamos os fatos:
1) uma sucessão de dois dias nublados
2) uma dor no peito
3) uma loira
4) um culto religioso
5) uma praia a beira mar
6) skate and surf
palavras que se perdem no começo.
uma lembrança de 7 anos atrás.
um ciclo de 5 anos.
1 filho que não nasce.
ciclo.
lenços de papel.
poesia contínua.
poesia da dor...