quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pois é...

Quero dividir um fato.
Ocorre que em 2003, por volta das sete horas da manhã, fui agredido e assaltado por 3 individuos que me roubaram um celular (marca NOKIA 5125, avaliado á epoca em R$150,00, o que dimensiona o tempo ocorrido).
Havia eu saído de minha cama, onde dormi a noite toda, para acompanhar a finalização do processo de auditoia terceirizada no hipermercado BIG, realizado por um empresa da qual fazia parte. No meio do caminho, entre minha casa e o BIG, fui assaltado. Mas, para azar dos assaltantes e sorte minha, corri, encontrei 2 policiais e entreguei-os em flagrante. Recuperei meu celular, meu orgulho e ganhei uma cicatriz nas costas.
Ao longo dos anos em que correu o processo criminal, um dos réus morreu e o outro nunca apareceu para as audiências. O que aparecia, pasmem, mostrou-se reabilitado. Disse ele em defesa juramentada que naquela noite havia saido para beber e passou dos limites, influenciado pelos 2 outros elementos. Depois de tudo, tornou-se evangélico e toda vez que me encontrava nos corredores do fórum pedia meu perdão. Dava-o, claro. Muito o encontrei pelas ruas de São Leo e sempre pude comprovar que realmente estava ele mudado. Não pretendo colocar minha mão no fogo por ninguém ou tornar-me uma divindade soberana de perdão e paz, mas quero deixar claro as evidencias que me levam a crer que este rapaz realmente se redimiu do fato ocorrido e aprendeu com seu erro. E realmente acredito que é possivel aprender e evoluir com nossos erros. Salvo a politicagem brasileira.
Seis anos e seis meses depois, nesta manhã de quarta feira, 16 de dezembro, recebo eu a intimação para ir ao forum conhecer a sentença dada aos réus: 6 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão. E agora? Será que 6 anos, 2 meses e 20 dias de prisão irão servir de alguma coisa para este réu de quem mencionei o explicito arrependimento? Baseio esta duvida no sistema prisional brsileiro e não no fato de ter ele ou não que pagar pelo seu crime, independente se ele virou crente, escoteiro ou voluntario da ONU no Iraque. Por que sim, foi um crime.
Não sei. Sinceramente, não sei.
A justiça tardia do Brasil mostra nestas horas que é falha e cruel.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

De repente a rotina

De repente o vazio.
O eco expansivo da lagrima no fundo do copo.
O grito esquecido reverberando no estadio de futebol as escuras.
O tocar anonimo na pele daquela que desce do trem na proxima estação.

...

Cada pensamento é um hiato.

...

De repente o vazio.
O gole quente do café as sete e dez.
O ensurdecer absudo as dez pras sete.
O sonhar para o dia que a cada noite se esquece.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

II Fetival de Equetes de São Leopoldo

Entre 01 e 06 de dezembro de 2009, aconteceu em São Leopoldo o II Festival de Esquetes de São Leopoldo. Sabe a impressão que fica(ficou) disto? É o quanto somos pequenos, pequeninos, e o quanto este povinho se esforça para não ser o que é. E vou falar tendenciosamente do teatro, claro.
Primeiro: uma cidade de 210 mil habitantes que passou mais de 20 anos esperando para ter novamente uma cena cultural (que não fosse a de bandas e bares) ativa novamente, em 5 anos de Secretaria de Cultura não pode e não precisa estar ativa tal qual uma capital como Curitiba. Não somos, não sabemos ser e talvez nem sejamos uma raça unanime de intelectuais culturais que avaliam obras artísticas com a precisão de um cirurgião de nanotecnologia. É preciso que se compreenda que ainda estamos aprendendo a ser público. Ainda estamos nos acostumando com a idéia de que temos um Teatro Municipal em São Leopoldo, de que temos uma Secretaria para pensar (?) a Cultura em São Leopoldo, de que os grupos e os atistas do teatro estão aparecendo e tendo cara para aparecer em São Leopoldo. Porque digo isso...
Segundo: convidar três jurados que sequer tem a noção do que é ser jurado numa cidade como esta é brincadeira, né?! Eles pensaram que estavam onde? Parintins? O que se viu a cada debate foi um espetáculo á parte de egocentrismo e vaidade extrema entre os senhores Marco Aurélio, Camilo de Lélis e a senhora Stella Bento. Avaliaram cada espetáculo de forma inteiramente pessoal e não levando em consideração a posição de um jurado de festival, que é de lascar criticas construtivas, que levam em consideração a experiência técnica destes (motivo pelo qual foram convidados a serem jurados), e não se gostam ou não gostam daquilo ou daquilo outro. Sinceramente, não sei se suas opniões absurdas se deu devido a avantajada idade que eles tem, mas é importante que entendam que quem fez teatro na decada de 70, 60 ou 50, não pode usar os mesmos critérios para avaliar um espetaculo criado em 90 ou 2000. Amigos, a internet e a TV dinamizaram e escravizaram 2 gerações, é preciso levar isto em conta. Assim como é preciso levar em consideração que o festival não criou categorias, colocando esquetes estudantis e amadoras na mesma noite. Isso se justifica...
Terceiro: por que o que se viu, em 5 noites de espetáculos, foi uma grande miscelania de idéias, sentidos, expressões e capacidades. Todas elas em real importância, mas cada uma em sua área. O que não foi percebido pelo "júri". Seria tão dificil assim avaliar um espetaculo pela sua ousadia e não pela sua obviedade? Será que não fica óbvio que quando se coloca em cena Elisa Machado e Kinho Nasario não se pode avalia-los da mesma forma do que quando se coloca em cena o monologo de Juçara Gaspar? E que é obvio que a Turma do Guto não deve se comparar ao Analista de Bagé por que simplesmente eles são de universos diferentes, emboram procurem o mesmo objetivo. Absurda a comparação que fiz? Por que então criticaram tanto o Grupo de Teatro Trilha Cidadã, aqui de São Leopoldo, que quiz levantar e levantou a bandeira do teatro pela luta social, tão defendido por grandes nomes do teatro mundial, mas que o juri fez questão de avacalhar por que "Teatro não é pra isso".(???????????????????????????????). Por que o "juri" pedia que os grupos tivessem humildade? Não se pode ter ousadia? Não se deve questionar? Dois grupos de São Lepoldo estrapolaram no tempo e foram desclassificados, sendo que um deles ganharia o premio do juri popular (R$800,00). Aliás, foi o grupo de teatro da Trilha Cidadã quem foi desclassificado e ganharia o premio. Será que este dinheiro não seria de grande uso para o grupo? Se pensou nisso, ou se quiz ser externadamente ético? Duvido...
Quarto: os premiados foram:

melhor espetaculo: Receitas da Tia Herta, do grupo CurtoArte de Dois Irmãos
segundo lugar: Augusto Jantar, do grupo Luz e Cena de Novo Hamburgo
terceiro Lugar: Quem sabe a gente continua amanhã? do grupo Facos, de Osório
Juri popular: Receitas da Tia Herta, do grupo CurtoArte de Dois Irmãos
Direção: Carlos Alberto Klein - Receitas da Tia Herta
Premio Especial do Juri: Arnolfo e Ines, pela memoria, difusão, pesquisa e valorização do teatro em sua cidade - São João da Barra - RJ
Premio Especial do Juri - ao elenco de Quem sabe a gente continu amanhã - grupo Facos de Osório
Ator: Kinho Nazário - Augusto Jantar (Luz e Cena)
Atriz: Joice Lima - Confidencias- a História de uma Hungara (Cia Pelotense de Repertório)
Ator Coadjuvante: Odair Waicheit - Receitas de Tia Herta (CurtoArte)
Atriz Coadjuvante: Ursula Collishonn - Fim de Caso (Teatro Sarcáutico)
Cenário: Receitas de Tia Herta (CurtoArte)
Figurino: Augusto Jantar (Luz e Cena)
Trilha Sonora: Dona Otilia Lamenta Muito (Teatro da Facos)
Maquiagem: Conserto de Senhoritas (Grupo Teatral Ta Nascendo Arte)
Iluminação: Mauro Menine - Noite (Manifesta Pro.)

para resumir, o melhor espetaculo, juri popular, direção, cenario e ator coadjuvante foram entregues á um grupo forte de Dois Irmãos, que atua com espetaculos de riso facil e escrajo sobre a lingua alemã. O segundo lugar, figurino e ator entregues á um grupo de excelencia em teatro de grande massa, a 36 anos (quase)monopolizando o teatro infantil na região. De toda forma, todos os premios entregues não pareceram ter levado em conta a grande conpetitividade de 22 grupos inscritos e participantes no festival, sendo que apenas estes dois grupos citados levaram 8 premios, dos 18 oferecidos. Aos demais sobrou o resto. Aliás, aos demais de fora, por que somente o premio de iluminação foi entrgue a São Leopoldo, num espetaculo que usou apenas 3 PCs.
Fica dificil, e não é bairrismo, levar á sério o festival de uma cidade que não se leva á sério.
Se eu queria manipulação dos resultados para os grupos da cidade? Não, não queria. Queria apenas um critério claro e condisente com a cidade que temos. Aliás, respeito muito o CurtoArte e o Luz e Cena, do qual incluse já fiz parte. O que foi dito aqui não desmerece o trabalho realizado há tanto tempo por eles.

O que fica aqui é o meu lamento e minha critica direta a organização do festival e a todos aqueles que não opinam com medo de ferir suas bundinhas brancas.

meus papeis avulsos. minha gaveta semiaberta

desde que o homem, ou a mulher, entendeu que escrever era também uma maneira de comunicação, não parou mais de comunicar-se. aprendeu que poderia unir informação, emoção, desejos, declarações e desabafos em uma letra após a outra, em uma palavra após a outra, uma linha, um verso, um paragrafo, uma lauda após a outra. assim, tratou de escrever, literalmente, sua propria história, em pedras, papiros, papeis e posts.
e por que eu seria diferente?
também escrevo. mas guardo. prefiro comunicar-me comigo.
não sei bem porque, talvéz por que algum dia alguém roubou de mim minha autoestima, ou minha autoconfiança. que seja.
de qualquer forma vou escrever (escrevendo), em papeis avulsos como meus dias e guardando em gavetas semiabertas....