segunda-feira, 15 de agosto de 2011

tempestades autorais - e meu cabelo se esvai pelo vento....


a nuvem cinza que se aproxima parece um útero que vai parir o só:
uma folha desprende-se do galho e vai morrendo melancolicamente.
uma sacola de plastico branca baila confusa numa atmosfera sua e inútil.
os sapatos rangem apressados numa angustia que não tem tempo.
as sombras alongan-se, ignoram os limites arquitetônicos e agora são toda rua.
um cachorro arrenda-se sob a marquize e espera.
alguém reclama o invitável.
um trem parte.
um trem chega.
uma última gorfada de brisa morna e tudo começa a chorar.
e eu ainda ali, branco, desfoco, só...



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