Quando o despertador toca, quem sou eu? Quem é aquele que acorda e enxerga o mundo de novo pela primeira vez? Que mundo ele enxerga? Quem é que ele enxerga quando se fita no espelho do banheiro? De quem é aquela primeira merda do dia, aquele primeiro mijo, aquela primeira remela que se desprende torneira a baixo?
Os sonhos se acumulam na membrana externa do meu interior. Sonhos que durmo, sonhos que acordo, sonhos que vivo. Um sonho. Nada algodão, nada Barbie. Um desconexo com a realidade. Não há nada palpável por aqui. Tudo é abstrato. Tudo é lúdico. Uma palavra e nada acontece. Meia palavra e meia. A sensação de vazio, de preenchimento do nada, de perfuração intestinal/neurotransmissor de meus sensores auditivos e principalmente corrosivos. O som da rua. A rua do meu sonho, dos meus dias da minha morte. Escárnio putrefato do meu ser angustiado sem sexo, nexo, convexo, disléxo, amnésia. Meu espelho, meu rastro. Futuro? Meu passado. Meu presente arrastado. Todo dia, dia a dia, rotina. Dês-rotina...
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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