Quero dividir um fato.
Ocorre que em 2003, por volta das sete horas da manhã, fui agredido e assaltado por 3 individuos que me roubaram um celular (marca NOKIA 5125, avaliado á epoca em R$150,00, o que dimensiona o tempo ocorrido).
Havia eu saído de minha cama, onde dormi a noite toda, para acompanhar a finalização do processo de auditoia terceirizada no hipermercado BIG, realizado por um empresa da qual fazia parte. No meio do caminho, entre minha casa e o BIG, fui assaltado. Mas, para azar dos assaltantes e sorte minha, corri, encontrei 2 policiais e entreguei-os em flagrante. Recuperei meu celular, meu orgulho e ganhei uma cicatriz nas costas.
Ao longo dos anos em que correu o processo criminal, um dos réus morreu e o outro nunca apareceu para as audiências. O que aparecia, pasmem, mostrou-se reabilitado. Disse ele em defesa juramentada que naquela noite havia saido para beber e passou dos limites, influenciado pelos 2 outros elementos. Depois de tudo, tornou-se evangélico e toda vez que me encontrava nos corredores do fórum pedia meu perdão. Dava-o, claro. Muito o encontrei pelas ruas de São Leo e sempre pude comprovar que realmente estava ele mudado. Não pretendo colocar minha mão no fogo por ninguém ou tornar-me uma divindade soberana de perdão e paz, mas quero deixar claro as evidencias que me levam a crer que este rapaz realmente se redimiu do fato ocorrido e aprendeu com seu erro. E realmente acredito que é possivel aprender e evoluir com nossos erros. Salvo a politicagem brasileira.
Seis anos e seis meses depois, nesta manhã de quarta feira, 16 de dezembro, recebo eu a intimação para ir ao forum conhecer a sentença dada aos réus: 6 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão. E agora? Será que 6 anos, 2 meses e 20 dias de prisão irão servir de alguma coisa para este réu de quem mencionei o explicito arrependimento? Baseio esta duvida no sistema prisional brsileiro e não no fato de ter ele ou não que pagar pelo seu crime, independente se ele virou crente, escoteiro ou voluntario da ONU no Iraque. Por que sim, foi um crime.
Não sei. Sinceramente, não sei.
A justiça tardia do Brasil mostra nestas horas que é falha e cruel.
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
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