Entre 01 e 06 de dezembro de 2009, aconteceu em São Leopoldo o II Festival de Esquetes de São Leopoldo. Sabe a impressão que fica(ficou) disto? É o quanto somos pequenos, pequeninos, e o quanto este povinho se esforça para não ser o que é. E vou falar tendenciosamente do teatro, claro.
Primeiro: uma cidade de 210 mil habitantes que passou mais de 20 anos esperando para ter novamente uma cena cultural (que não fosse a de bandas e bares) ativa novamente, em 5 anos de Secretaria de Cultura não pode e não precisa estar ativa tal qual uma capital como Curitiba. Não somos, não sabemos ser e talvez nem sejamos uma raça unanime de intelectuais culturais que avaliam obras artísticas com a precisão de um cirurgião de nanotecnologia. É preciso que se compreenda que ainda estamos aprendendo a ser público. Ainda estamos nos acostumando com a idéia de que temos um Teatro Municipal em São Leopoldo, de que temos uma Secretaria para pensar (?) a Cultura em São Leopoldo, de que os grupos e os atistas do teatro estão aparecendo e tendo cara para aparecer em São Leopoldo. Porque digo isso...
Segundo: convidar três jurados que sequer tem a noção do que é ser jurado numa cidade como esta é brincadeira, né?! Eles pensaram que estavam onde? Parintins? O que se viu a cada debate foi um espetáculo á parte de egocentrismo e vaidade extrema entre os senhores Marco Aurélio, Camilo de Lélis e a senhora Stella Bento. Avaliaram cada espetáculo de forma inteiramente pessoal e não levando em consideração a posição de um jurado de festival, que é de lascar criticas construtivas, que levam em consideração a experiência técnica destes (motivo pelo qual foram convidados a serem jurados), e não se gostam ou não gostam daquilo ou daquilo outro. Sinceramente, não sei se suas opniões absurdas se deu devido a avantajada idade que eles tem, mas é importante que entendam que quem fez teatro na decada de 70, 60 ou 50, não pode usar os mesmos critérios para avaliar um espetaculo criado em 90 ou 2000. Amigos, a internet e a TV dinamizaram e escravizaram 2 gerações, é preciso levar isto em conta. Assim como é preciso levar em consideração que o festival não criou categorias, colocando esquetes estudantis e amadoras na mesma noite. Isso se justifica...
Terceiro: por que o que se viu, em 5 noites de espetáculos, foi uma grande miscelania de idéias, sentidos, expressões e capacidades. Todas elas em real importância, mas cada uma em sua área. O que não foi percebido pelo "júri". Seria tão dificil assim avaliar um espetaculo pela sua ousadia e não pela sua obviedade? Será que não fica óbvio que quando se coloca em cena Elisa Machado e Kinho Nasario não se pode avalia-los da mesma forma do que quando se coloca em cena o monologo de Juçara Gaspar? E que é obvio que a Turma do Guto não deve se comparar ao Analista de Bagé por que simplesmente eles são de universos diferentes, emboram procurem o mesmo objetivo. Absurda a comparação que fiz? Por que então criticaram tanto o Grupo de Teatro Trilha Cidadã, aqui de São Leopoldo, que quiz levantar e levantou a bandeira do teatro pela luta social, tão defendido por grandes nomes do teatro mundial, mas que o juri fez questão de avacalhar por que "Teatro não é pra isso".(???????????????????????????????). Por que o "juri" pedia que os grupos tivessem humildade? Não se pode ter ousadia? Não se deve questionar? Dois grupos de São Lepoldo estrapolaram no tempo e foram desclassificados, sendo que um deles ganharia o premio do juri popular (R$800,00). Aliás, foi o grupo de teatro da Trilha Cidadã quem foi desclassificado e ganharia o premio. Será que este dinheiro não seria de grande uso para o grupo? Se pensou nisso, ou se quiz ser externadamente ético? Duvido...
Quarto: os premiados foram:
melhor espetaculo: Receitas da Tia Herta, do grupo CurtoArte de Dois Irmãos
segundo lugar: Augusto Jantar, do grupo Luz e Cena de Novo Hamburgo
terceiro Lugar: Quem sabe a gente continua amanhã? do grupo Facos, de Osório
Juri popular: Receitas da Tia Herta, do grupo CurtoArte de Dois Irmãos
Direção: Carlos Alberto Klein - Receitas da Tia Herta
Premio Especial do Juri: Arnolfo e Ines, pela memoria, difusão, pesquisa e valorização do teatro em sua cidade - São João da Barra - RJ
Premio Especial do Juri - ao elenco de Quem sabe a gente continu amanhã - grupo Facos de Osório
Ator: Kinho Nazário - Augusto Jantar (Luz e Cena)
Atriz: Joice Lima - Confidencias- a História de uma Hungara (Cia Pelotense de Repertório)
Ator Coadjuvante: Odair Waicheit - Receitas de Tia Herta (CurtoArte)
Atriz Coadjuvante: Ursula Collishonn - Fim de Caso (Teatro Sarcáutico)
Cenário: Receitas de Tia Herta (CurtoArte)
Figurino: Augusto Jantar (Luz e Cena)
Trilha Sonora: Dona Otilia Lamenta Muito (Teatro da Facos)
Maquiagem: Conserto de Senhoritas (Grupo Teatral Ta Nascendo Arte)
Iluminação: Mauro Menine - Noite (Manifesta Pro.)
para resumir, o melhor espetaculo, juri popular, direção, cenario e ator coadjuvante foram entregues á um grupo forte de Dois Irmãos, que atua com espetaculos de riso facil e escrajo sobre a lingua alemã. O segundo lugar, figurino e ator entregues á um grupo de excelencia em teatro de grande massa, a 36 anos (quase)monopolizando o teatro infantil na região. De toda forma, todos os premios entregues não pareceram ter levado em conta a grande conpetitividade de 22 grupos inscritos e participantes no festival, sendo que apenas estes dois grupos citados levaram 8 premios, dos 18 oferecidos. Aos demais sobrou o resto. Aliás, aos demais de fora, por que somente o premio de iluminação foi entrgue a São Leopoldo, num espetaculo que usou apenas 3 PCs.
Fica dificil, e não é bairrismo, levar á sério o festival de uma cidade que não se leva á sério.
Se eu queria manipulação dos resultados para os grupos da cidade? Não, não queria. Queria apenas um critério claro e condisente com a cidade que temos. Aliás, respeito muito o CurtoArte e o Luz e Cena, do qual incluse já fiz parte. O que foi dito aqui não desmerece o trabalho realizado há tanto tempo por eles.
O que fica aqui é o meu lamento e minha critica direta a organização do festival e a todos aqueles que não opinam com medo de ferir suas bundinhas brancas.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
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Não fui e não posso opinar. Vou ali bronzear minha bunda.
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ResponderExcluirNem concordo/discordo deste teu "avulso"...
ResponderExcluirO que disseram? Nada... ou melhor, "foram políticos"...
O que dizer? Nada... isto é, "sejamos políticos"...
O que dirão? "Política" no dos outros é refresco, não?!
...exílio já!
Não sejam mau-humorados. O Museu do Trem terá, pela primeira vez, iluminação natalina!
ResponderExcluirChato mesmo são as opiniões senoidais que andam - "bocca chiusa" - pelos cantos!
O que importa afinal? O juri, o público ou os trocadinhos no bolso ao final da festa?
Vale a pena complementar que a mesma "bocca chiusa" comenta que a esquete Augusto Jantar não alcançou o tempo mininmo de 15 minutos, ficando em 14 minutos. E que os jurados decidiram estes premios para incetivar estes gurpos á continuarem com seus trabalhos. Quem bom! Que seriam dos mesmos sem este "incentivo"... antes tivessem enfiado estes R$ 5.800,00 deste ridicuolo incentivo no cu da feira- mediocre-do livro... eu agradeceria.....
ResponderExcluirDe fato Totonho,
ResponderExcluirNeste mundo as coisas nem sempre são justas e acredito que um festival não seja lugar para corporativismos. Porém, por mais ridículo que isso possa parecer um festival é apenas um festival o que vai determinar a real classificação das peças é o trabalho que será realizado após o evento. É “lá fora” que os grupos irão mostrar a sua força.
Por outro lado, acredito que a Feira do Livro não tenha nada haver com isto. Gostaria de registrar que a feira deste ano foi a melhor dos últimos 5 anos (pelo menos no que diz respeito ao LIVRO).
Grande abraço.
O que mais ficou aparente foi a incoerência: da organização e dos jurados!
ResponderExcluirO mesmo Lélis disse-nos, no seu espetáculo de oratória verborrágica, que devemos acreditar no que dizemos. Bem dito, nós devemos; eles, não.
E a pavonisse? Os jurados é que deveriam ter ganho prêmio de melhor espetáculo!
Li o artigo que o "jurado" Camilo de Lélis escreveu e o Jornal Hora Local, publicou. Ele fala das mazelas do mundo e interroga ao final, dizendo que apesar de tudo os grupos de teatro continuam montando Shakespeare, que devemos ser mais corajosos, inventivos, criativos, etc, etc, etc. O mesmo Camilo me coagiu na saída do teatro por eu tomar a palavra no "debate" e dizer que os jurados deveriam ser menos repetitivos e mais propositivos, pois quem coloca o trabalho num festival quer ouvir coisas diversas e merece RESPEITO! Por essas duas atitudes desse cara, já
ResponderExcluirnão posso mais perder o meu tempo com isso. Vou sim combatê-los sempre..como combato idéias retrógradas, gente do mal e a poluição do mundo e dos corações...Não falo mais sobre o Festival que passou...Quero falar sobre o próximo e exigir que o Juri seja de profissionais ativos...Pois esses três destilaram dor de cotovelo, inveja e outros sentimentos de quem enferruja e acha que estar em sala de aula é trabalhar teatro...quando nós sabemos que o teatro se faz é no palco!
Putz! E eu perdi tudo isso!
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