domingo, 24 de abril de 2011
cosby marlango yellow blue
as estradas se curvam encostando terra e céu. um pé ante o outro pé que perante o primeiro é pós pé. passo a passo, o passo. passa a paisagem pelos olhos largos, espelhos d'agua, reflexos convexos do mundo estranho, do mundo externo, do pavor introspectivo, do paralelo desconexo. uma brisa contorna a face. o frio carregado pelo leve vento arrepia os pelos do rosto que eretos tocam as mãos do ar livre. as mãos atiran-se ora a frente, ora a tras, num ensaio, num bailado, numa coreografia marchante. os braços, pares perfeitos, semi curvados, 20graus adelante, como que quase querendo atirar-se, como que quase querendo ausentar-se, como que quase querendo reter. respiração gelada. noite. paralelepipedos amarelados pelas luzes dos postes de iluminação publica, os postes de luz, os postes, as luzes, amarelamento, sépia, antigo, passado... esta dor citrica não passa! ele passa. as estradas ficam pra tras. as pegadas ficam pra tras. os olhos enxergam pra frente, mas choram pra tras...
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