coberto de cinza, o dia revela-se pouco nos intervelos interpassados do rélogio de pulso cor de cobre latão metal refletindo as poucas novidades que a rua ainda consegue revelar. hoje. disposto entre ontem e amanhã, interrogação e exclamação, ponto e virgula, eletrons e neutrons, reticiências continuas, amiúde, o desvelar constante da rotina inédita, a velha e boa pós modernidade, a utopia, os cigarros na sacada, as linhas que se escrevem e as linhas que se lêem...
um falso brilhante. olhei para o lado e pensei ter visto o brilho dos teus olhos. mas teus olhos não brilham, oscilam entre cinismo e tristeza. antes que anoiteça eu troco a resistencia do chuveiro e tomo um banho morno. solitário. morno. e coloco a lampada no quarto. vou poder ler deitado. quem sabe durma lendo. solitario. lendo.
no ar tem um cheiro de testosterona. a velha calça jeans desbotada eleva-se excitada. recolho o guardanapo e o asco, jogo 5 reis sobre o balcão e esqueço de depedir-me da castelhana que me servia. sigo pra casa no caminho cinza, coberto de fuligem metálica, revelando as sombras entre cada paralelepipedo que observo antes de pisar. ainda não anoiteceu. vou tomar um banho morno e ler antes de dormir. sozinho.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
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